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Por que ficamos gripados? Como nos proteger das gripes e outras doenças no outono e inverno

Dr. Paulo Daruiche • abr. 14, 2019

Aprendendo a cuidar da saúde nos meses frios

Estamos no outono, e nesta época do ano começam a surgir as doenças típicas destes meses. Em nosso meio, a atenção se volta para as doenças respiratórias infecciosas, de modo geral. A gripe é uma manifestação comum do outono e do inverno, e geralmente é uma doença epidêmica de curso benigno.

Para uma pessoa ficar doente, são necessárias algumas condições. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa “possa” ficar doente. Isto ocorre devido à formação embriológica do nosso corpo; não há ninguém que tenha todos os órgãos e sistemas completamente bem formados. Sempre há algum grau de imperfeição na formação dos nossos órgãos; no entanto, pequenas imperfeições não impedem o funcionamento adequado do nosso organismo. Quando a imperfeição é grande, chamamos de má-formação.

E quando a imperfeição não é tão grande para ser classificada de má-formação, mas também não é tão pequena, temos os “órgãos de choque”, que são geneticamente predispostos a funcionar um pouco pior. Assim, só tem dor de cabeça quem pode; só tem dor de estômago quem pode; só fica com gripe quem pode. E é por isso que cada pessoa com gripe vai ter alguns sintomas comuns ao estado gripal, e outros sintomas peculiares a esta pessoa, de acordo com seus órgãos de choque fragilizados.

Em segundo lugar, temos a alteração do nosso estado de saúde . Sabemos que nosso organismo tem imperfeições; para que funcione da melhor forma possível, é necessário que a Energia Vital esteja em equilíbrio e harmonia. Quando ficamos doentes (por exemplo, gripados), a primeira alteração que ocorre é um desequilíbrio da Energia Vital. Ela não consegue mais manter o organismo em harmonia, e os órgãos e sistemas começam a falhar – como, por exemplo, o sistema imunológico.

Depois que o sistema de defesa falha, abrem-se as defesas do corpo, e só assim os vírus conseguem se multiplicar. Os vírus e bactérias tornam-se nossos “hóspedes”. Eles não são responsáveis pela doença. Eles são participantes, mas se nossas defesas estivessem boas, eles não conseguiriam entrar e se multiplicar.

Em terceiro lugar, temos as condições externas que interferem em nosso organismo. Má alimentação, excesso de afazeres, privação de sono, trabalho exaustivo, alterações crônicas do nosso estado mental, mágoas, pesares e ressentimentos continuados, exposição ou ingestão de substâncias químicas que interfiram negativamente em nosso organismo (poluentes ambientais, agrotóxicos, drogas químicas e até medicamentos), etc.

Nessa época do ano, as alterações climáticas (em nosso meio, frio/seco) são mais propícias para as doenças respiratórias, da mesma forma que no verão (calor/úmido) as diarreias são mais comuns.

Quando todas as condições se tornam propícias, a pessoa adoece. E o trabalho do organismo não é o de combater a doença, é, na verdade, o de restabelecer a saúde. Veja bem: saúde não é o contrário de doença. Uma pessoa com saúde pode até ficar gripada, mas consegue se reequilibrar e sair deste estado com maior rapidez.

Então, para evitar ficar doente (em especial a gripe, tema destes dias), precisamos levar em conta uma mudança de nossa postura frente à vida. Melhorar nossos hábitos alimentares, por exemplo, comendo mais frutas, verduras e legumes (de preferência orgânicos, sem agrotóxicos). Não adianta comprar vitamina C na drogaria, a gente compra vitamina na feira. E a vitamina C nos ajuda realmente, mas precisa de tempo para ser assimilada e metabolizada pelo nosso organismo; é algo que devemos fazer no dia a dia.

Cuidar de nossa higiene, da limpeza do nosso corpo, das roupas, das mãos. Não adianta passar álcool gel em mãos sujas! Água e sabão é bem mais eficiente do que álcool gel, faz parte da higiene básica. Finalmente, outras mudanças: praticar exercícios físicos com moderação (para aumentar o vigor do nosso corpo, evitando o sedentarismo), dormir bem, não trabalhar até a exaustão, não passar horas da noite em frente ao computador (que, além da privação do sono, interfere de forma negativa, desequilibrando nossa Energia Vital, por causa da radiação), e encontrar felicidade na vida. E se, mesmo assim, ficarmos gripados, as orientações gerais são: repouso, alimentação leve, beber líquidos, e (se necessário) usar um medicamento homeopático indicado por seu médico.

A melhora na saúde é muito nítida. No curso do tratamento homeopático, a imunidade das pessoas é fortalecida, tanto pelos medicamentos homeopáticos que estimulam positivamente a restauração do equilíbrio da Energia Vital, como pela mudança de hábitos e condições de vida que possam ser um obstáculo à cura. E, como temos dito aqui, a homeopatia é uma excelente maneira para combater tanto a doença aguda já instalada, de modo rápido, seguro e eficiente, quanto combater epidemias (já falamos aqui no blog sobre a homeopatia no combate às epidemias).

Espero que este texto possa lhe ajudar a modificar seus hábitos em direção à saúde. Procure conhecer melhor a si mesmo, e encontrar possibilidades de tornar sua vida melhor.










Por Paulo Daruiche 20 abr., 2020
Estamos vivendo momentos difíceis no Brasil, e especialmente na cidade de São Paulo. Após um mês do primeiro caso confirmado de vítima fatal relacionada à Covid-19 (este texto foi revisado em 17/abril/2020), passamos de 2000 mortes no Brasil (no estado de São Paulo temos a maior incidência, que são 928 mortes). Segundo os especialistas, estamos ainda na curva ascendente desta epidemia. E o isolamento paulista por enquanto segue até o dia 10 de maio. Um fator que aumenta muito o estresse que estamos vivendo é a falta (ou o excesso) de informações. Em parte porque ninguém ainda sabe, realmente, muita coisa sobre essa doença nova. Estamos aprendendo com ela, ao longo do tempo. Temos visto a comunidade científica divergindo de opinião. Por exemplo, vimos pesquisadores renomados afirmando veementemente que o número de mortos no Brasil (por sermos um país subdesenvolvido) poderia passar de um milhão de pessoas. Esta profecia parece ser bem distante de acontecer, ao menos até agora. Também vemos a divisão sobre quais tratamentos seriam mais eficientes, quais protocolos teriam melhor efetividade nas UTIs etc. O que temos de concreto até o momento? Em primeiro lugar, vamos ver as estatísticas. No Brasil, a mortalidade relacionada a esta doença hoje é de cerca de 6%. Ou seja, morreriam 6 em cada 100 pessoas doentes. É um número alto; mas esse número não está correto , pois não se sabe ao certo quantas pessoas tem a doença no Brasil. Estima-se que o número de pessoas contaminadas com Coronavirus seja muito maior (alguns pesquisadores falam em 10x mais), e não sabemos o número correto porque não são feitos testes para pessoas assintomáticas, ou com sintomas leves. Por isso, a taxa real de mortalidade deve ser bem mais baixa - talvez algo em torno entre 0,5 e 1%. Em segundo lugar (ainda nas estatísticas), existe um grupo de risco muito claramente definido. São as pessoas maiores de 60 anos, que apresentem doenças crônicas anteriores - especialmente cardiopatia e diabetes: 75% das vítimas fatais estão neste grupo (ou seja, 3 em cada 4 vítimas). E os homens também estão mais vulneráveis: cerca de 60% das vítimas são homens. Em terceiro lugar, nosso sistema de saúde precisa melhorar bastante. Normalmente faltam recursos, faltam leitos comuns. Esta doença, como vimos, tem uma preferência marcante por pessoas idosas, mas pessoas mais jovens também ficam doentes. O agravante é que nosso sistema de saúde não está preparado para receber um número maior de pessoas ao mesmo tempo, e isto provocaria um colapso - os poucos leitos que temos são ocupados rapidamente, e podemos chegar a uma situação na qual estejamos sem estrutura para acolher as pessoas doentes. Esta é a razão do isolamento em casa: demorar mais para contaminar toda a população, e dar tempo para os leitos dos hospitais ficarem desocupados (ou não totalmente ocupados, por nem todos ficarem doentes ao mesmo tempo). Além disto, não há consenso sobre o tratamento, e o tempo de ocupação dos leitos hospitalares e de UTIs é de duas a três semanas. Por fim, uma comparação com a mortalidade da gripe sazonal. Estima-se que no mundo morram todo ano até 650 mil pessoas por doenças respiratórias relacionadas à gripe comum (dados da OMS -Organização Mundial da Saúde). Até o momento em que este artigo é escrito temos cerca de 150 mil mortes relacionadas ao coronavirus. Então, o que sabemos desta doença é que: . A maioria das pessoas vai se contaminar em algum momento; . A grande maioria das pessoas (especialmente as mais jovens) terão pouco ou nenhum sintoma - mas esta doença também afeta pessoas mais jovens; . A taxa de mortalidade é muito mais alta entre as pessoas com mais de 60 anos e com doenças crônicas pré-existentes; . A mortalidade é maior entre os homens; . A taxa de mortalidade real desta doença parece ser relativamente baixa, provavelmente similar à da gripe sazonal e suas complicações; . Por enquanto ainda não há consenso sobre o tratamento alopático. Como a Homeopatia pode ajudar? Como já dissemos em outros textos, a Homeopatia pode ajudar de três formas: 1. Uma delas é tratando as pessoas doentes. Sabe-se que esta doença tem três fases: na primeira fase temos poucos sintomas (às vezes a pessoa nem tem sintomas): garganta seca, dores pelo corpo, cansaço, falta de apetite, diarréia, e dois sintomas bem peculiares são a anosmia (ausência repentina do olfato sem nariz congestionado) e a ageusia (ausência do paladar); na segunda fase aparece a dificuldade para respirar, a prostração fica muito grande, a pessoa sente cansaço para os mínimos esforços. A febre é geralmente baixa, alternando com calafrios e suor. E a terceira fase é a da insuficiência respiratória, onde os pulmões ficam muito comprometidos. De um modo geral, os sintomas que temos visto nos pacientes das duas primeiras fases são: . Grande fraqueza, debilidade; tontura; . Boca seca; . Náuseas; . Diarréia; . Dores de cabeça (às vezes concentrada no olho); . Dores no corpo (nas costas principalmente); . Dor no peito (muitas vezes em queimação); . Tosse seca; . Falta de ar, sensação de estar sufocando; . Piora geral ao entardecer; . Febre com calafrios; . Transpiração profusa. Temos visto que alguns medicamentos homeopáticos tem sido valiosíssimos (como o Arsenicum album, Camphora, Bryonia alba, Phosphorus, Antimonium tartaricum, Carbo vegetabilis , entre outros), mas é preciso individualizar cada caso para escolher o melhor medicamento. Em nossa experiência, o medicamento que tem resolvido mais de 90% dos casos tem sido o Arsenicum album. Ainda não tive a oportunidade de tratar nenhum paciente internado em UTI, mas com os medicamentos acima percebemos que os pacientes que já estavam passando da segunda para a terceira fase melhoraram com o tratamento homeopático domiciliar, e a doença regrediu. Neste momento posso contabilizar mais de 30 pacientes meus tratados em casa com homeopatia (confirmados de Covid-19 ou morando com pacientes confirmados). Tenho conversado com diversos médicos homeopatas de São Paulo e do Brasil, e a experiência tem sido bastante semelhante. Arsenicum album tem sido de enorme ajuda. 2. A segunda forma de ajuda que a Homeopatia pode oferecer é a identificação do “medicamento da epidemia”, que na Homeopatia chamamos de “Gênio Epidêmico”. Já explicamos em textos anteriores, mas segue aqui um pequeno resumo: o gênio epidêmico é o medicamento que poderia tratar a maioria das pessoas doentes, incluindo os casos graves. Ele só pode ser identificado quando a epidemia chega a um determinado local, pois os sintomas em certa cidade ou país podem ser diferentes dos que observamos em outras cidades ou países. Por isso, foi preciso esperar que a epidemia chegasse até nós para verificarmos quais sintomas as pessoas que ficavam doentes apresentavam, e assim escolher a melhor medicação. Embora já tivéssemos as indicações de medicamentos homeopáticos escolhidos em outros países, só poderíamos confirmar isto analisando e comparando com os nossos casos. Na Índia, país que faz fronteira com a China, o medicamento escolhido foi o Arsenicum album, como já dissemos em outro texto. Este medicamento foi dado à população, e a taxa de infecções e mortes na Índia tem sido surpreendentemente baixa até agora. Por isso, até este momento, ainda penso que o Arsenicum album é um forte candidato a ser o “Gênio Epidêmico” , o medicamento da epidemia. Na minha experiência ele tem se mostrado muito eficiente no tratamento dos quadros agudos na maioria das pessoas, e os sintomas da fase mais grave estão cobertos por ele. A única ressalva que ainda tenho, como já disse, é o tratamento de pacientes graves em UTIs. Seria ponto sem questionamento se pudéssemos observar esta melhora também nestes pacientes, mas até este momento não tenho este dado clínico. 3. E a forma que mais pode ajudar quem já se trata com Homeopatia: é preciso que todas as pessoas continuem seus tratamentos homeopáticos. Quando temos uma doença como esta, na qual as pessoas ainda não desenvolveram imunidade, é de fundamental importância que a imunidade inespecífica (a nossa resistência geral) esteja bastante eficiente, e conseguimos isto ao tratar homeopaticamente as doenças crônicas das pessoas (pacientes mais antigos de homeopatia entendem isto como o “remédio de fundo”). Com a manutenção do tratamento, a imunidade melhora, e a pessoa fica mais resistente às doenças em geral - além de melhorias em todos os órgãos e sistemas corporais, como o respiratório, digestivo, cardiovascular, endócrino e nervoso/psíquico. Com tudo em equilíbrio, nossa energia vital aumenta, e ficamos mais fortalecidos. Então vamos resumir as recomendações: 1. Fique em casa se for possível . Caso precise sair, use máscaras e tenha em mente um distanciamento das outras pessoas. 2. Lave as mãos . E o hábito de deixar os sapatos fora de casa deveria ser mantido sempre. 3. Converse com seu médico para saber quem poderia utilizar o Arsenicum album nesta epidemia, e de que forma. 4. Em casos agudos, ao menor sintoma, entre em contato o quanto antes . Evite tomar medicamentos que diminuam sua imunidade, e siga as recomendações médicas. 5. Não deixe de dar continuidade ao seu tratamento médico, ou à terapia. As consultas online neste momento estão ajudando muito. 6. Mantenha hábitos saudáveis , mesmo ficando em casa. Procure respeitar os ritmos de sono, os horários das refeições, evite excessos de comida ou bebida, tome sol, pratique exercícios. Finalmente, caso precise de ajuda para qualquer assunto relacionado à sua saúde, sejam questões físicas ou emocionais, entre em contato . A Homeopatia pode ajudar.
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